História do Município de Redenção
Os Indígenas
No princípio, as terras e matas da atual região do Araguaia paraense eram somente habitadas e exploradas por eles. Antes da chegada dos primeiros criadores maranhenses nos campos naturais dos rios Pau D’Arco e Arraias, principais afluentes da margem esquerda do rio Araguaia, no sul do Pará, lá viviam os Caiapós. Pertencentes à ramificação das tribos de língua JÊ, pelo sistema de vida essencialmente nômade que levavam, e, habituados às constantes correrias pela zona dos rios Araguaia e Xingu, fugindo ou mesmo revidando os constantes ataques dos colonizadores, os Kayapós constituíram diferentes aldeias pelos locais em que estiveram.
Existiam três grupos ou subtribos Caiapós : os Kradaús ou Irã Aimrare, Atu.Ela.
Santo Antônio de Solta
Povoado sertanejo que ficava na boca da mata, isto é, no início da estradinha que demandava por entre a floresta e os cauchais da beira do Xingu, as tropas carregadas de caucho aí estacionavam com a finalidade de descanso e reabastecimento de víveres, para, posteriormente, seguirem.
Era onde está hoje o setor Santos Dumond próximo ao Colégio Eva Tomé.
O cemitério São Geraldo está no mesmo lugar onde era o de Solta no início do século XX.
Fazenda Santa Rosa
A primeira fazenda a ser formada na região onde hoje está o território do município de Redenção foi a fazenda Santa Rosa no início do século XX.
Ela foi formada por iniciativa do primeiro bispo de Conceição do Araguaia, Dom Domingos
Carrerót. Nessa ocasião o trecho entre Conceição do Araguaia e o rio Arraias constituía-se de mata fechada. Ela foi fundamental para tornar possível a continuidade da vida e da missão catequética em Conceição.
A lavoura começou a dar os primeiros resultados com a fabricação de farinha, o cultivo da mandioca, do milho para o fubá, do feijão e inúmeras qualidades de legumes que da fazenda eram transportados em lombos de animais para suprir as necessidades da missão. Também em pouco tempo, começou a abater na fazenda as primeiras rezes, cuja carne era exposta ao sol por três ou quatro dias, quando então ficava pronta para ser transportada sem perigo de apodrecimento, até o vilarejo onde, além de suprir as necessidades dosfrades era distribuída nas aldeias dos Caiapó e à população que formava.
Fazenda Santa Tereza
A história da cidade de Redenção teve início com a compra da fazenda Santa Tereza.
João Lanari do Val tinha uma fazenda na cidade de Jussara Goiás, lá o gerente da fazenda José Bueno Cintra, falava da qualidade das terras no Pará, ele era um sertanista experiente, Claudino Ferreira Lima outro empregado de João Lanari que havia conhecido o Xingu nos anos 1908-1912, durante a exploração do caucho, eram profundos conhecedores do sertão central brasileiro e sabiam da qualidade e fertilidade das terras do Sul do Pará.
A sugestão acabou por convencer o empresário paulista a visitar as terras e matas da região do Araguaia paraense. Antes da viagem, contudo, João Lanari tratou de municiar-se de informações mais precisas sobre o lugar. Para tanto, contratou os serviços da melhor empresa brasileira de prospecção geológica da época, a PROSPEC do Rio de Janeiro, cujo diretor geral era o geólogo Silvio Villar Guedes, que, inclusive, já havia feito o diagnóstico da área.
Nessa época, a rodovia Belém-Brasília ainda estava em construção (as obras haviam sido iniciadas em 1956) e não era ainda transitável. No mês de setembro de 1959, o agrônomo viajou de São Paulo para Conceição do Araguaia e, ao mesmo tempo, saíram de sua fazenda em Jussara-Goiás, dois de seus empregados: José Bueno Cintra e Ademar Guimarães que fizeram a viagem de caminhão até Conceição do Araguaia.
Ao regressarem da mata para Conceição do Araguaia, teria início o processo de formação da fazenda Santa Tereza. O empresário de São Paulo daria entrada, junto ao governo estadual, de 80 requerimentos de compra das terras devolutas da Mata Geral.
Todavia, nesse mesmo ano, João Lanari do Val já estava ultimando os preparativos para começar a medir e demarcar os 80 lotes da floresta da Mata Geral que havia requerido do governo paraense para formar o município de Redenção.
Em 04 de abril de 1962 o governo do estado do Pará expediu os títulos da fazenda em 60 lotes de 900 alqueires.
Os primeiros trabalhadores da empresa, em sua maioria de Jussara, Goiás Velho, Goiânia e outras localidades, mas principalmente do estado de Goiás, procediam da fazenda Colônia Paulista que João Lanari possuía em Jussara. A mão de obra era basicamente composta por topógrafos, agrimensores, mateiros e administradores de confiança do futuro proprietário de significativa parte da floresta sul paraense. Um desses agrimensores era Luiz Vargas Dumont. Ele veio de Goiânia convidado por João Lanari do Val para assumir a gerência da abertura da fazenda Santa Tereza em 1960. Era o responsável pela administração dos trabalhos topográficos, demarcatórios e de regularização da situação.
O Nascimento da Cidade
A área conhecida pelos moradores do local pelo nome de Boca da Mata, onde outrora existiu o povoado sertanejo de Santo Antônio de Solta, foi onde ouve início a formação da zona urbana do município de Redenção. Originalmente era uma gleba devoluta de 900 alqueires goianos – 4.356 hectares – que foi vendida pelo governo do Pará ao agrimensor Luiz Vargas Dumont, em 1963. Na primeira semana de fevereiro de 1963, depois de ajudar a regularizar a constituição da Cia. de Terras da Mata Geral, em Belém, Luiz Vargas Dumont, tendo adquirido na mesma ocasião a gleba onde hoje está o núcleo urbano de Redenção, voltou para Conceição do Araguaia e imediatamente providenciou o registro no cartório da cidade do título definitivo de propriedade da área onde alguns anos mais tarde seria fundada Redenção.
Com a ocupação dos primeiros lotes pelos mateiros que estavam ajudando o Gerudes Gomes da Silva a medir e demarcar as glebas das fazendas Sangapoitã e Guarantã, na região do atual município de Pau D’Arco, Luiz Vargas, percebendo então a viabilidade do seu antigo sonho, deu início à elaboração do projeto da cidade, que passou a se denominar núcleo urbano de Redenção.
Segundo o filho do Luiz Vargas, Eduardo Vargas o nome Redenção foi devido ele falar sempre para sua esposa Tereza Vargas, ``esta cidade será a minha Redenção``.
. Inicialmente, o fundador de Redenção providenciou o desmembramento de parcela da gleba por ele adquirida do governo do Pará em 1963, 5,8 milhões de metros quadrados, para realizar o sonho de construir uma cidade na Amazônia. A área restante seria comercializada por ele em lotes maiores para formação de chácaras.
Todavia, para tornar seu sonho realidade era preciso dinheiro para financiar o projeto de criação da cidade. Luiz Vargas então negociou com Carlos Ribeiro esse financiamento, oferecendo-lhe sociedade no empreendimento do núcleo urbano de Redenção. Assim, metade da gleba onde teve início a cidade de Redenção foi vendida para Carlos Ribeiro, que, em contrapartida, passou a ser o agente financiador do empreendimento. Redenção nasceu em 21 de setembro 1969 a partir de um loteamento às margens da pista de pouso e decolagem de pequenos aviões.
Tendo sua origem relacionada ao município de Conceição do Araguaia, os moradores da localidade de Redenção, através de uma representação foram elevados a condição de Vila com sanção da Lei nº 4.568, de 04 de junho de 1975.
Em 13 de maio de 1982 através da Lei nº 5.028 de autoria do então deputado estadual Plínio Pinheiro Neto, Redenção ganha o titulo de emancipação política desmembrando-se do município de Conceição do Araguaia, passando à categoria de cidade, com a mesma denominação.
Fonte de pesquisa
Fábio Carlos da SILVA,Capitalismo Na Floresta,Belém - 2019
Val ,Cássio do Retratos de Redenção , :