imagens cedidas: Dr. Cássio Do Val.
CONSTRUÇÃO DA BELÉM BRASÍLIA.
imagens: Internet.
A GÊNESIS
História do Município de Redenção
Os Indígenas
No princípio, as terras e matas da atual região do Araguaia paraense eram somente habitadas e exploradas por eles. Antes da chegada dos primeiros criadores maranhenses nos campos naturais dos rios Pau D’Arco e Arraias, principais afluentes da margem esquerda do rio Araguaia, no sul do Pará, lá viviam os índios Caiapós. Pertencentes à ramificação das tribos de língua JÊ, pelo sistema de vida essencialmente nômade que levavam, e, habituados às constantes correrias pela zona dos rios Araguaia e Xingu, fugindo ou mesmo revidando os constantes ataques dos colonizadores, os Kayapós constituíram diferentes aldeias pelos locais em que estiveram.existiam três grupos ou subtribos Caiapós : os Kradaús ou Irã Aimrare, Atu.Ela.
Santo Antônio de Solta
Povoado sertanejo que ficava na boca da mata, isto é, no início da estradinha que demandava por entre a floresta e os cauchais da beira do Xingu, as tropas carregadas de caucho aí estacionavam com a finalidade de descanso e reabastecimento de víveres, para, posteriormente, seguirem.
Era onde está hoje o setor Santos Dumond próximo ao Colégio Eva Tomé.
O cemitério São Geraldo está no mesmo lugar onde era o de Solta no início do século XX.
Fazenda Santa Rosa
A primeira fazenda a ser formada na região onde hoje está o território do município de Redenção foi a fazenda Santa Rosa no início do século XX.
Ela foi formada por iniciativa do primeiro bispo de Conceição do Araguaia, Dom Domingos
Carrerót. Nessa ocasião o trecho entre Conceição do Araguaia e o rio Arraias constituía-se de mata fechada. Ela foi fundamental para tornar possível a continuidade da vida e da missão catequética em Conceição.
A lavoura começou a dar os primeiros resultados com a fabricação de farinha, o cultivo da mandioca, do milho para o fubá, do feijão e inúmeras qualidades de legumes que da fazenda eram transportados em lombos de animais para suprir as necessidades da missão. Também em pouco tempo, começou a abater na fazenda as primeiras rezes, cuja carne era exposta ao sol por três ou quatro dias, quando então ficava pronta para ser transportada sem perigo de apodrecimento, até o vilarejo onde, além de suprir as necessidades dosfrades era distribuída nas aldeias dos Caiapó e à população que formava.
Fazenda Santa Tereza
A história da cidade de Redenção teve início com a compra da fazenda Santa Tereza.
João Lanari do Val tinha uma fazenda na cidade de Jussara Goiás, lá o gerente da fazenda José Bueno Cintra, falava da qualidade das terras no Pará, ele era um sertanista experiente, Claudino Ferreira Lima outro empregado de João Lanari que havia conhecido o Xingu nos anos 1908-1912, durante a exploração do caucho, eram profundos conhecedores do sertão central brasileiro e sabiam da qualidade e fertilidade das terras do Sul do Pará.
A sugestão acabou por convencer o empresário paulista a visitar as terras e matas da região do Araguaia paraense. Antes da viagem, contudo, João Lanari tratou de municiar-se de informações mais precisas sobre o lugar. Para tanto, contratou os serviços da melhor empresa brasileira de prospecção geológica da época, a PROSPEC do Rio de Janeiro, cujo diretor geral era o geólogo Silvio Villar Guedes, que, inclusive, já havia feito o diagnóstico da área.
Nessa época, a rodovia Belém-Brasília ainda estava em construção (as obras haviam sido iniciadas em 1956) e não era ainda transitável. No mês de setembro de 1959, o agrônomo viajou de São Paulo para Conceição do Araguaia e, ao mesmo tempo, saíram de sua fazenda em Jussara-Goiás, dois de seus empregados: José Bueno Cintra e Ademar Guimarães que fizeram a viagem de caminhão até Conceição do Araguaia.
Ao regressarem da mata para Conceição do Araguaia, teria início o processo de formação da fazenda Santa Tereza. O empresário de São Paulo daria entrada, junto ao governo estadual, de 80 requerimentos de compra das terras devolutas da Mata Geral.
Todavia, nesse mesmo ano, João Lanari do Val já estava ultimando os preparativos para começar a medir e demarcar os 80 lotes da floresta da Mata Geral que havia requerido do governo paraense para formar o município de Redenção.
Em 04 de abril de 1962 o governo do estado do Pará expediu os títulos da fazenda em 60 lotes de 900 alqueires.
Os primeiros trabalhadores da empresa, em sua maioria de Jussara, Goiás Velho, Goiânia e outras localidades, mas principalmente do estado de Goiás, procediam da fazenda Colônia Paulista que João Lanari possuía em Jussara. A mão de obra era basicamente composta por topógrafos, agrimensores, mateiros e administradores de confiança do futuro proprietário de significativa parte da floresta sul paraense. Um desses agrimensores era Luiz Vargas Dumont. Ele veio de Goiânia convidado por João Lanari do Val para assumir a gerência da abertura da fazenda Santa Tereza em 1960. Era o responsável pela administração dos trabalhos topográficos, demarcatórios e de regularização da situação.
O Nascimento da Cidade
A área conhecida pelos moradores do local pelo nome de Boca da Mata, onde outrora existiu o povoado sertanejo de Santo Antônio de Solta, foi onde ouve início a formação da zona urbana do município de Redenção. Originalmente era uma gleba devoluta de 900 alqueires goianos – 4.356 hectares – que foi vendida pelo governo do Pará ao agrimensor Luiz Vargas Dumont, em 1963. Na primeira semana de fevereiro de 1963, depois de ajudar a regularizar a constituição da Cia. de Terras da Mata Geral, em Belém, Luiz Vargas Dumont, tendo adquirido na mesma ocasião a gleba onde hoje está o núcleo urbano de Redenção, voltou para Conceição do Araguaia e imediatamente providenciou o registro no cartório da cidade do título definitivo de propriedade da área onde alguns anos mais tarde seria fundada Redenção.
Com a ocupação dos primeiros lotes pelos mateiros que estavam ajudando o Gerudes Gomes da Silva a medir e demarcar as glebas das fazendas Sangapoitã e Guarantã, na região do atual município de Pau D’Arco, Luiz Vargas, percebendo então a viabilidade do seu antigo sonho, deu início à elaboração do projeto da cidade, que passou a se denominar núcleo urbano de Redenção.
Segundo o filho do Luiz Vargas, Eduardo Vargas o nome Redenção foi devido ele falar sempre para sua esposa Tereza Vargas, ``esta cidade será a minha Redenção``.
. Inicialmente, o fundador de Redenção providenciou o desmembramento de parcela da gleba por ele adquirida do governo do Pará em 1963, 5,8 milhões de metros quadrados, para realizar o sonho de construir uma cidade na Amazônia. A área restante seria comercializada por ele em lotes maiores para formação de chácaras.
Todavia, para tornar seu sonho realidade era preciso dinheiro para financiar o projeto de criação da cidade. Luiz Vargas então negociou com Carlos Ribeiro esse financiamento, oferecendo-lhe sociedade no empreendimento do núcleo urbano de Redenção. Assim, metade da gleba onde teve início a cidade de Redenção foi vendida para Carlos Ribeiro, que, em contrapartida, passou a ser o agente financiador do empreendimento. Redenção nasceu em 21 de setembro 1969 a partir de um loteamento às margens da pista de pouso e decolagem de pequenos aviões.
Tendo sua origem relacionada ao município de Conceição do Araguaia, os moradores da localidade de Redenção, através de uma representação foram elevados a condição de Vila com sanção da Lei nº 4.568, de 04 de junho de 1975.
Em 13 de maio de 1982 através da Lei nº 5.028 de autoria do então deputado estadual Plínio Pinheiro Neto, Redenção ganha o titulo de emancipação política desmembrando-se do município de Conceição do Araguaia, passando à categoria de cidade, com a mesma denominação.
Fonte de pesquisa
Fábio Carlos da SILVA,Capitalismo Na Floresta,Belém - 2019
Val ,Cássio do Retratos de Redenção , :
LUIZ VARGAS CONSTRUINDO A ESTRADA PARA A REALIZAÇÃO DE UM SONHO.
Imagem; Eduardo Vargas
As àrvores da floresta eram enormes! Muitas de madeira nobre como o Mógno.
Imagem: Eduardo Vargas
As comunicações com os centros urbanos mais desenvolvidos eram precárias.
O centro mais próximo, Conceição do Araguaia, ficava a cinco dias de viagem em lombo de animal e essa distância era ainda mais significativa ao considerar-se a série de adversidades por que tinham que passar antes de atingir seu destino. Eram cobras, mosquitos, onças, porcos do mato e outros animais, ataque dos indígenas.
Imagem: Eduardo Vargas,
Prefeito de Redenção 1989- 1992 e fundador da cidade de Redenção ao lado de um Mógno Brasileiro( Swietenia Macrophylla) 1962.
JOÃO LANARI DO VAL
imagens cedidas: Dr. Cássio do Val
João Lanari do Val, cuja família por parte de pai era de cafeicultores de Ribeirão Preto, formou-se agrônomo em 1937, pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo, em Piracicaba.
Após se formar em Agronomia em 1937, João Lanari do Val fez uma tentativa de se estabelecer como cafeicultor no norte do Paraná, aproveitando o deslocamento da fronteira agrícola do oeste paulista para aquela região. Sem obter o êxito esperado, abandonou esse projeto e adquiriu terras em Goiás, onde implantou a fazenda Colônia Paulista, no município de Jussara / Goiás, na margem direita do rio Araguaia.
Sua fazenda em Goiás possuía aproximadamente 48 mil hectares, mas a qualidade das terras não era boa para plantar café, sua atividade preferida, que deve ter herdado de seus familiares de Ribeirão Preto, tradicionais cafeicultores do Oeste Paulista. Um dos funcionários da fazenda em Goiás José Bueno falou sobre as terras do Pará.
Em 1959 veio conhecer as terras do Pará juntamente com Ademar Guimarães e José Bueno.
Comprou e a tornou em uma das mais belas da região a fazenda Santa Tereza que iria transformar a vida econômica e social no Sul do Pará.
Em 04 de abril de 1962 o governo do estado do Pará expediu os títulos da fazenda 60 lotes de 900 alqueires.
Dona Silvina, Dr. Cássio Do Val e Sr. Gegeu, na Fazenda dos Ferreiras, localidade situada na antiga Fazenda dos Padres.
OS FERREIRAS
70 anos após esteve no mesmo local , na fazenda dos Ferreiras Dr. Cássio do Val pode sentir a emoção ao lembrar fatos da mocidade .
Ferreira comprava gado na região e levava para a charqueada em Araguacema. No inicio dos anos 50 comprou a Fazenda dos Padres , próxima a atual Cachamorra. Seu filho Valdemir lá se estabeleceu em 1951, quando casou-se com dona Silvina.
Nesta época os Kaiapós causavam apreensão ; tinham sido reunidos em Las Casas , próximo ao Pau D’arco , sob tutela da Inspetoria do SPI.
João Lanari ali pousou em 1959 , antes de chegar ao arraial em terras de Antônia Neri a margem do Ribeirão Porteira. Silvina se lembrou que ao deitar na rede , esta torceu e Lanari caiu no chão que então falou estar acostumado a dormir em cama.
Algumas vezes os Ferreiras, por solicitação do prefeito de Conceição Salvador Gurjão, emprestaram montarias para João Lanari , Luis Vargas e José Carriom .
Adhemar Guimarães reuniu o povo da região para fazer a estrada até Alacilândia enquanto Salvador Gurjão vinha com sua turma de Conceição até o Arraia se juntando . Moradores próximos forneceram os gêneros : carne seca , arroz , farinha , banha...
Então Adhemar chegou com o caminhão Chevrolet, que traria grande benefício aos moradores.-“a luz então se abriu para a região” no dizer de Valdomir.
Silvina lembra do Chevrolet e do jipão azul da Fazenda Santa Tereza , um Unimog, que ia de Conceição a Santa Tereza em apenas um dia.
Valdomir prestava serviço a Santa Tereza e um dia a onça pegou um garrote. Foi com Carriom esperar e quando a bicha chegou , este a fulminou com sua 16 de dois canos. A onça afastou e outra pulou em cima dela. Carriom meteu bala matando duas na mesma noite. Tiraram o couro e Lanari levou para São Paulo.
Silvina casou-se aos 12 anos e teve 14 filhos. As vezes ficava só e teve um parto sem ajuda , chegando as comadres no dia seguinte.
PIONEIROS: 1959 E DÉCADA DE 60.
José Bueno Cintra, O gerente de fazenda em Jussara Goiás que já havia descido o Araguaia e conhecia a região, fez com que João Lanari decidisse ir conhecer as terras do Pará. sertanista experiente, profundo conhecedor do sertão central brasileiro e sabiam da qualidade e fertilidade das terras do Sul do Pará.
Ademar Guimarães é goiano de Pontalina Goiás, era funcionário do Sr. João Lanari do Val em uma fazenda em Jussara Goiás veio para Redenção a primeira vez em Setembro de 1959.
Fizeram a viagem de caminhão até Conceição do Araguaia, A expedição andou durante vinte dias em locais bastante inóspitos, antes penetrados apenas por índios, seringueiros e missionários, e chegou ao espigão que divide os cursos de água dos rios Araguaia e Xingu, terra secularmente habitada pelos índios Caiapó. Além dos seis animais usados na viagem, dois dos quais burros cargueiros que carregavam alimentos, panelas, redes de dormir, medicamentos, como soro antiofídico e penicilina, os integrantes da expedição também levaram bússola para orientação do caminho a percorrer .
Imagem: Goreth Guimarães.
José Carrion, de naturalidade espanhola, veio menino para o Brasil. Gostava muito de caçar e se embrenhar pelo sertão e na década de 1950 morava em Jussara, Goiás, onde fez amizade com José Bueno Cintra, grande sertanista que era o supervisor da fazenda Colônia Paulista, de João Lanari. Em 20 de agosto de 1958, chegou a Conceição do Araguaia e no ano seguinte mudou-se para a boca da mata, próximo ao local Pinguelista, onde trabalhou na abertura da fazenda Santa Tereza. Ele é quem chefiava as equipes de trabalhadores na abertura das fazendas adquiridas por Carlos Ribeiro do governo do Pará e revendidas para fazendeiros e empresários de São Paulo.
Imagem: Paulo Carrion
Luiz Vargas, idealizador e fundador da cidade de Redenção, nasceu em 1924, em Paracatu (MG), e com a morte de seu pai, em 1938, deixou sua terra natal e se mudou para Goiânia, com 14 anos de idade. Na capital do estado de Goiás aprendeu a profissão de agrimensor com apoio de seu tio Genésio Lavoisier. Em seu trabalho como agrimensor atuou muitos anos no Instituto de Terras de Goiás, Em Jussara nos anos 1950, por ocasião da compra e da regularização da fazenda Colônia Paulista, se tornou amigo de JoãoLanari do Val.
Resolveu, então, em 1960, mesmo estando casado recentemente com Terezinha Arantes Vargas, aceitar o convite que João Lanari do Val lhe fez para ser o gerente da abertura da fazenda Santa Tereza, no Sul do Pará. Naquele ano, na companhia de Ademar Guimarães viajou de Goiânia para Conceição do Araguaia e deu início às suas atividades como agrimensor e gerente dos trabalhos de implantação da referida fazenda .
Carlos Ribeiro paulistano não conseguiu se fixar na grande metrópole brasileira e ainda na juventude mudou-se para Londrina, norte do Paraná, para tentar um meio rápido de enriquecimento, uma vez que essa região na década de 1940 foi uma das que mais exerceu atração na gente de São Paulo que buscava realizar negócios com terra e café. Resolveu então tornar-se corretor de imóveis, intermediando a compra e venda de propriedades rurais para fazendeiros de São Paulo no norte do Paraná. Antes, porém, quando chegou a Londrina, trabalhou como garçom no restaurante mais frequentado pelos fazendeiros e empresários paulistas, onde teve oportunidade de firmar inúmeras amizades com gente de famílias importantes no ramo do café, entre eles Geremia Lunardelli, o rei do café. Em 1958 começou a intermediar a compra e venda de terras no Sul do Pará, funcionando como o maior corretor de compra e venda de terras devolutas e fazendas para empresários de São Paulo. Em 1972 associou-se com Luiz Vargas Dumont, adquirindo 50% da gleba que foi loteada para construção da cidade de Redenção. Foi Carlos Ribeiro, portanto, quem viabilizou o financiamento para a fundação e implementação do projeto urbano da cidade de Redenção. Faleceu tragicamente em acidente aéreo em 1976 quando retornava de Belém para São Paulo em seu avião particular .
Gerudes Gomes da Silva, maranhense de Carolina, mudou-se ainda adolescente para Porto Nacional onde estudou topografia. Depois, ainda rapaz, permaneceu algum tempo em Cristalândia e veio para Conceição do Araguaia quando tinha 21 anos de idade trabalhar como topógrafo em 1961, em função da expansão da fronteira econômica brasileira para o Sul do Pará, provocada pela conclusão da rodovia Belém-Brasília naquele ano. Foi um dos topógrafos que mais se destacou na medição e demarcação de inúmeras fazendas no Sul do Pará, inclusive sendo o pioneiro da demarcação dos primeiros lotes do povoado de Redenção.
Após comprou uma fazenda com o nome de Água Boa com 10 lotes de 10 alqueires, total de 100 alqueires, iniciava onde hoje é a Avenida Araguaia e perfazendo divisa com a Serra Gradaús e do outro lado a fazenda dos Tomés.
Em 1982 resolveu lotear a fazenda, montou uma imobiliaria com o nome Real Emprendimentos Imobiliários.
José Alves Pinto, mais conhecido como “Zé Pinto”, foi um dos pioneiros do município de Redenção. Natural de Morrinhos (GO), ele chegou a Redenção quando o lugar possuía poucas casas. Ao lado do fundador da cidade, Luís Vargas Dumont, ele tomava conta da distribuição de lotes, e numa dessas expansões, criou o loteamento no pé da serra, que durante anos ficou conhecido por ‘Campo do Zé Pinto’, hoje, setor Serrinha. Logo que chegou a Redenção, Zé Pinto fundou o primeiro time de futebol da cidade: o Vila Nova .
Zé Pinto foi vereador pelo distrito de Redenção, quando ainda estava veiculado ao município de Conceição do Araguaia. Na época – década de 70 – chegou a assumir a presidência da Câmara e respondeu como prefeito de Conceição do Araguaia por cerca de quinze dias.
Dona Minelvina, apesar de ter chegado em Redenção em 1969, só abriu sua pensão, em 1971, quando Giovanni Queiroz chegou à Redenção lá ficou hospedado antes de comprar uma casa na cidade. A primeira pensão do então povoado de Redenção começou a funcionar em 1971 e perdurou até o ano de 1996. Ela localizava-se inicialmente na Avenida Independência e posteriormente construiram a escola Irmã Gabriela. Com a construção da escola, a pensão pioneira passou para o outro lado da rua. Ela pertencia ao Sr. Humaitano, maranhense de Barra do Corda, que além de pousada também vendia refeições aos primeiros hóspedes do lugar.
Gilvan Bezerra da Silva e sua esposa Zilma de Almeida Silva.
paraibano que nessa época era comerciante na beira do rio Arraias, e, com a ajuda de Romeu Maranhão Lima, havia aberto o primeiro comércio de gêneros alimentícios no povoado de Alacilândia, logo após a fundação do mesmo, em 1968. Gilvan, em finais de 1969, resolveu transferir-se de Alacilândia para Redenção, comprando a rústica propriedade dos maranhenses onde abriu a primeira casa comercial mais bem estruturada da cidade, a Casa Verde.
Raimundo Pereira do Nascimento.
Raimundinho chegou ao sul do Pará em 1966 para trabalhar na fazenda do Adonelo, na beira do rio Salobro, onde hoje é a fazenda do deputado Giovanni Queiroz. Lá ele derrubou dois alqueires e meio de mata virgem para plantar. Depois foi trabalhar na fazenda Santa Tereza. Em 1968, mudou-sara Redenção abriu o primeiro boteco
na beira do campo de aviação. Vendia cachaça, café, açúcar, novalgina,
entre outros produtos. As compras eram feitas dos grandes comerciantes em Conceição do Araguaia.
Imagem: Dr. Cássio do Val.
Maria Carrion viveu em Goiatuba e, depois, foi para Jussara. Em 1958, mudou-se com a família para Conceição. Em 1962, Maria Carrion e seu marido, Antônio Carrion – filho de José Carrion, mudaram-se em avião, com o Nego Élcio – conhecido aviador, para a Fazenda Santa Tereza, onde Antônio prestava serviço. Um ano depois, em 1963, ela fixou-se na beira do ribeirão Acaba Saco, 8 km da futura Redenção.
DIMAS INÁCIO DE FARIAS
Dimas Inácio de Farias, pioneiro de Redenção, Pará, nasceu em Buriti Alegre ,foi uma figura importante na história da região devido ao seu papel no desenvolvimento e na colonização da área. Aprendeu a pilotar em Araguaína e fazer manutenções em aviões lá. Veio para Redenção e sua história aqui entrelaça com a saga da ocupação e da expansão da fronteira agrícola, madereira e garimpo.
Maria Carrion em sua casa relatando suas memórias para:
Alufa, Dr. Cássio Do Val, filho do pioneiro João Lanari do Val .
VIVÊNCIAS DE UMA PIONEIRA
Luís Vargas passava pelo ribeirão a cavalo, eram 3 dias até Conceição. Um dia começou a falar que ia fazer uma cidade. Outro dia, Vargas chegou e estava José Carrion, que lhe perguntou qual galinha ele queria comer. Logo de escolhida a galinha, José Carrion sacou o revolver e a matou com um tiro que atravessou o olho. Em uma outra ocasião, Carrion falou para Vargas: __ Agora é a sua vez de pegar a galinha! Bom atirador, Vargas, de pronto, derrubou a galinha acertando a cabeça. Antônio, de tropa, demorava 8 dias para buscar mantimentos em Conceição do Araguaia. Quando chegava no rio Arraia, desarreava as cangalhas e passava de barco, a tropa nadava. Ademar Guimarães fez uma balsa de tambores e assim os burros passavam direto. Às vezes, iam no caminhão do Ademar Guimarães. O povo dos campos se assustava com o barulhão do Chevrolet. Dona Maria lembrou da juventude em Goiás, quando surgiu um automóvel em gasogênio. “O pessoal corria apavorado.” Os índios sempre passavam por sua casa, e ela lhes dava galinha e porco. Um dia, mataram uma anta e os índios chegaram. Fizeram uma panelada na banha da anta e comeram tanto que rolaram estuporados. Dona Maria se viu apertada, porém lembrou que tinha sal de frutas e deu para os índios tomarem, até que melhoraram. Tratava dos índios e dos regionais, ajudou no nascimento de 68 crianças como parteira e não cobrava. Muito esperta e espirituosa, Dona Maria é a fibra dos colonizadores de Redenção
Cássio Carvalho do Val
Veio para Redenção morar na fazenda Santa Tereza em 1970, depois voltou em 1980 para São Paulo onde concluiu o curso de Ciências Sociais na USP. Em 1996 mudou-se para a região para gerir os negócios daFazenda Santa Tereza. Ela é a única propriedade rural da região de Redenção que possui reserva legal averbada e demarcada.
Além da produção agrícola, a fazenda também desempenhou um papel importante na promoção do desenvolvimento social e econômico da região. Emprega centenas de trabalhadores locais, oferecendo oportunidades de emprego e contribuindo para a economia local.
Dr. Cássio do Val relembrando como seu pai fez para combater a malária na Fazenda Santa Tereza.
A MALÁRIA
Na década de 50, a malária estava sob controle no território brasileiro, tendo sido erradicada em algumas regiões, anteriormente consideradas endêmicas. Mas a partir do final da década de 60 e início dos anos 70, a situação epidemiológica da doença voltou a se agravar.
A partir da década de 70, a ocupação da região amazônica marcou a epidemiologia da malária no Brasil. Construção de estradas, usinas hidrelétricas, projetos agropecuários e garimpos foram os fatores de expansão e disseminação da doença na Amazônia e para outras regiões.
João Lanari vendo o aumento da malária nos municípios vizinhos e sabendo que é uma doença curável, mas pode evoluir para formas graves em poucos dias, caso não seja diagnosticada e tratada rapidamente, trouxe o amigo médico infectologista Roberto Silveira para o ajudar.
Os exames eram feitos na Fazenda Santa Tereza e quando chegava alguém contaminado, recebia tratamento e só após iria para o trabalho, com essa iniciativa evitou mortes dos funcionários contaminados.
A NATUREZA BELÍSSIMA E PRESERVADA DA FAZENDA SANTA TEREZA.
CASTANHEIRA
OURIÇO DA CASTANHEIRA
RASTRO DE ANTA PRÓXIMO DA SEDE DA FAZENDA.
Paineira Rosa ou Barriguda , a árvore que viu a história acontecer.
A BELEZA DO SEU CAULE.
jabuticabeira plantada por Luiz Vargas.
A CASA DO SR. JOÃO LANARI NA FAZENDA SANTA TEREZA EM 2024.
Dr. Cássio conservou a , fazendo apenas pequenas reformas para a preservação do imóvel.
OS ANIMAIS SILVESTRES
Alguns trabalhadores e animais domésticos quando adentravam para o habitat dos animais silvestres, morreram ou ficaram gravemente feridos.
A onça, cobra, porco do mato são alguns animais silvestres que eles enfrentaram.
A VENDA DAS PELES DOS ANIMAIS
Com a valorização das peles pela indústria da moda, houve no mundo todo esta procura , no Brasil não foi diferente, as peles de onças, jacarés e outros animais eram muito procuradas e exportadas.
Mesmo com o surgimento das padronagens que imitavam pele de animais nos tecidos, as pessoas de alto poder aquisitivo ainda faziam questão de usar as peles verdadeiras, como demonstração de sua riqueza.
Dr. Cássio do Val relembra algumas histórias.
Miltom nasceu no Piauí e cresceu em Tocantinópolis. Em 1970 com 23 anos pegou uma Veraneio ( vans da época) e veio para Redenção .
Realizou umas três safras de peles até a repentina interrupção do comércio num dos primeiros atos do movimento ambientalista .
Numa boa safra tirou 40 peles de onça e uns 60 de gato Maracajá .
Para onças armava o trabuco com um bocado de carne que ao ser abocanhado disparava, evitando estragar o couro.
Gatos eram atraídos por uma isca para a gaiola que se fechava ao morder.O gato era então enforcado com um laço evitando dano ao belíssimo couro.
Cruel , quando o conheci era incapaz de matar um animal.
Usou a pista da Santa Ernestina para desovar as peles e se suprir de pólvora farinha, etc, sendo o aviador Nego Élcio o piloto.
Ernesto veio com o sogro José Carrion a pé de Conceição em 1962 , passando pelo arraial de Antônia Neri , cartorária, à margem do Ribeirão Porteira e pelo Escritório, barracão e pista de pouso na atual avenida Brasil.
Participou,com mais uns trinta homens da pista da Fazenda Santa Tereza ,”todos com o 38 na cintura”.
Fixou-se na divisa da Santa Tereza e viveu muitos anos caçando gato ,o que ajudou na forma de sua propriedade.
Era visto na estrada com seu carro e belas juntas de boi sendo chamado a puxaar as vigas da ponte do Pau D’arco.
Otacílio de Souza , Paraibano , Soldado da Borracha, prendeu-se a um barracão de aviamento no Xingu mas revoltou-se e fugiu a pé pela trilha percorrida pelo frei Domingos Carrerot em 1926 , imemorial aos Kayapó , a mesma que João Lanari percorreu até cabeceira do Pau D’arco em 1959.
Formado no Liceu de Artes e Ofícios de João Pessoa , mestre carpinteiro , trabalhou para os padres e constituiu família .
Toda safra de peles Otacílio adentrava a mata , sua especialidade era lontra e ariranha e o melhor lugar o Rio Fresco.
Havia um problema: a aldeia Gorotire , contornado ; alta madrugada, ao fim de festas e cantorias e os índios roncavam, passava o intrépido caçador .
Certo ano ,de retorno , se deparou com a primeira roça da Santa Tereza . Mais tarde prestou relevantes serviços a fazenda.
Foi muito bom ouvir seu saboroso relato da primeira onça que matou e que faço pálida síntese.
Rapaz no Xingu , um vizinho precisou ir a Altamira e Otacílio foi ficar com a família.
Uma noite ouviu-se barulho no mangueiro e , não demorou , a dona appntou a espingarda falando :
—- Se fosse Raimundo já tinha dado cabo !
Pegou a espingarda e chegando, logo que viu o vulto da bicha , uma cachorrinha da casa disparou na barriga da onça que tentava pegá-la.Otacílio se pôs de lado e PUM na paleta.Voltou para casa e engrossou a voz:
—- Dona , cadê a faca modo de tirar o couro da bichana?